quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Disque é ano novo, vida nova. Disque!

Já lá vão 23 anos e eu continuo sem conseguir compreender, viver e sentir o revelhão da mesma forma que as outras pessoas todas, ou quase todas.
No Natal há aquela coisa do espírito natalício, que fica tudo muito bonzinho… a ajudar os pobrezinhos que durante todo o ano ignoram, porque mudaram do lado do passeio. O que também me irrita um bocado, confesso. O Natal dos Hospitais. As Galas de Solidariedade para ajudar o lar da associação cultural, desportiva e recreativa de uma aldeia de um CREDO qualquer. O Sozinho em Casa pela 58ª vez. Os filmes sobre o Jesus ou o Deus ou que seja. (Gente que anda em fila indiana pelas montanhas, com lençois brancos sebosos enrolados).
Mas apesar disso tudo, gosto do Natal. Pelas cores, pela família, pela criançada…
Epá… mas a passagem de ano. Não! Decididamente, não! O que é que muda? Um número na parte do ano. (Uau.) Todos os outros mudam todos os dias/mês do ano.
Também aumenta tudo, excepto o ordenado (o meu pelo menos). As portagens parece que vão aumentar 2,2%. Resta saber quanto vai aumentar a luz, a água, o gás, o pão…
Bom, se isto é razão para ir para a rua rapar frio, normalmente uma praia qualquer porque isso é que é cool, apanhar banhos de espumante e cerveja, dar abraços e desejar um bom ano a desconhecidos, pois então que vão.
Eu prefiro estoirar os meus tostões noutras coisas que me digam mais (o que também não é muito difícil de arranjar, tendo em conta o patamar em que está a “passagem d’ano”).
Depois há aquela questão dos balanços. Toda a gente faz balanços de toda a maneira e feitio. Pois eu cá, prefiro ir fazendo os balanços quando bem me apetece, quando sinto necessidade de os fazer… do que deixar tudo para o final do ano. Para além de trazer muita mão d’obra, também não tenho pachorra, porque isso não leva a lado nenhum. O que está feito, está feito! Por mais balanços que se façam, não há volta a dar. Há que acima de tudo, aprender com os erros, à medida que os vamos cometendo.
Ainda as listas do que se quer, do que se deseja, do que se vai mudar, bla bla bla. Numa palavra consigo resumir isso. Tretas. Continua-se a fazer tudo tal e qual.
E o saldos? Nesta altura também há os saldos. Gente que parece que nunca saiu de casa. Gente que parece nunca ter visto roupa. Gente que se acotovela para chegar a uma camisola com uma etiqueta com um autocolante florescente com o preço novo. Gente que não parece gente de tão selvagens que parecem.

E eu sem paciência nenhuma para estas merdas todas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mariza e Rui Veloso

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo

Letra: Carlos Tê / Rui Veloso

domingo, 23 de novembro de 2008

Recado...


...do meu Guiguinho.

sábado, 15 de novembro de 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jantávamos quando chegou. Sentou-se na sua cadeira, tirou a boina - com a qual tantas vezes brinquei, colocando-a ao contrário. “Oh ‘vô, assim é que fica giro!” – e apoiou-se com o cotovelo nas muletas companheiras de muitos anos. Sorridente, qual criança a quem tinham feito a vontade, disse “Hoje fartei-me de fazer km’s com o Zé!”. Adorava passear.
Passado um pouco, despede-se com um “até amanhã, vou para a cama”. Até amanhã, dissemos tranquilos e em uníssono.
Minutos depois corremos atrás do som seco que veio do quarto “dele”, mas em vão.
Continuo a ouvir as muletas, continuo a ouvir o som seco, continuo a vê-lo no quarto, continuo a vê-lo sentado no tronco, o seu banco de estimação que já não existe, na sombra da oliveira centenária. E hei-de continuar sempre.

Ia dormir, mas não teve tempo de adormecer. Partiu. Faz hoje um ano.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A Casa Quieta

"Era suposto ter coisas para te dizer, como lhes chamar revelações, ideias, frases inteiras pensamentos, formas de chegar até ti em linguagem, ciente de que não nos inventaram melhor forma de nos aproximarmos de nos fazermos compreender. Adiei porque não era a melhor altura porque não era ainda isto, faltava-me o pormenor claro, exacto, algo que realmente traduz

o que eu queria dizer era
não, escuta, a sério, com atenção
.

Não te procurei porque procurar-te me daria a exacta dimensão da tua ausência, poderia vaguear minutos horas, procurar-te quem sabe chamar por ti dizer o teu nome, saberia eu que de pouco me adiantava, seria isto pergunta ou a exacta dimensão afirmação de que não te encontras.

Mal tu sabes não tiveste tempo de saber, o que pode ser uma hesitação tão estúpida entre caminhar entre os nosso destroços ou deixar-me ficar

Sentado."

Rodrigo Guedes de Carvalho

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

No meio de um dia complicado de trabalho, alguém me manda um link. "Gosto muito desta música", disse. "Assim que puder, ouço..." Pude agora, na calma de casa.
Assim que ouço o primeiro "Summertime" pela voz de Ella, encolho-me com um arrepio e sou invadida com uma série de coisas. Recordo o filme. Recordo uma frase, que nunca esqueci porque sempre a achei com muito poder. "O amor é um lugar estranho".
E como o cansaço, torna as nossas defesas mais frágeis, há palavras que assumem uma dimensão maior.

"Todos queremos ser encontrados"

domingo, 26 de outubro de 2008

Domingo difícil

Depois da noite comprida, a aurora...
... a paragem para a bucha. Não nos calhou vinho do Porto, mas tivemos pena. Para a próxima, levamos uma garrafa também.


11km's depois... chegamos à base, com os pés pouco recomendáveis. Desconfio que muito boa gente não tinha só pó e terra desta caminhada.

Seguiu-se a mariscada sem registo de fotos, porque a larica assim o ditou! Mas depois, já com o papo cheio, a descoberta da tarde.

A vista!?



"Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade."

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 18 de outubro de 2008

Depois de uma noite longa, uma pessoa levanta-se para tomar o "pequeno" almoço... Nada melhor que uma sardinhada muito bem acompanhada com Murganheira Velha Reserva Meio Seco. Fiquei fã! Só faltou o mergulho na piscina porque o papo está cheio...
Como a vida é difícil, tive de vir descansar um poucachito, para a jantarada de logo, lá para cima para as bandas do Leitão e do vinho bom.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ando desaparecida destas lides, eu sei (Paula, obrigada por me teres feito sentir uma nódoa ainda maior), mas a verdade é que para além de andar sem grande pachorra para isto, não tenho tido muito tempo p'ra me coçar. Feliz ou infelizmente.
Tenho no entanto, tido tempo para ir a umas coisas giras... A última, foi um espectáculo de tango (Otango), onde saí um bocadito quilhada porque aquelas tipas mexem-se melhor em cima de tacões com 10 cm's, que eu com as minhas sapatilhas mais usadas. Sem falar nas avarias que fazem com as pernas... que a minha miopia não permitia alcançar com exactidão, dada a rapidez com que os faziam. Sem falar na classe, entenda-se cagança, com que dançavam.

Na próxima semana segue-se Deolinda, onde desconfio que vou estar a bater o pé o tempo todo. (Tenho o desejo meio escondido, que as pessoas se levantem para dançar, tal como aconteceu no espetáculo da Fanfare Ciorcalia.)

E em Novembro, a cereja. Emir Kusturica!!!!! Onde para além de poder ver esse grande senhor, que não pude ir ver ao Coliseu (mas pude ouvir um bocadinho, num gesto bem simpático do Marco), irei estar com aquela malta do norte, de quem tenho tantas saudades.

(Jimbras, não me esqueço da caixa das maças).

domingo, 7 de setembro de 2008

Redescoberta

É público o meu mau hábito de acumular tudo quanto é revistas, jornais e livros debaixo da mesinha de cabeceira. Ora, volta e meia tenho de fazer a limpeza porque o monte já tomba. Hoje pareceu-me um belo dia para isso. Na reorganização do monte, se é que se pode classificar de tal forma, encontrei o postal que vinha a acompanhar um Pendura-Mala. Recordei o momento.

Inguenurante, com ar de burro a olhar para um palácio, pregunto:

- O que é isto?
- Uma uma coisa para pendurar malas nas mesas!
- Mas isto é muito chique!!!!
- Já usas chapéus, leques... só te faltava isto!"

Mais que a prenda e o postal, ficou sem dúvida a atitude que me tocou particularmente. Sem falar na mensagem do postal... que partilho convosco.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Não sei que pense. Não sei que diga. Não sei que faça.

Ver o Nelson saltar acordou a porra do bicho que fica para sempre. A Tia e a Blanka também ajudaram. A ideia de tirar os bicos do armário anda a corroer-me. Tenho saudades de mandar uns saltitos. Triplo está fora de questão sob pena de deixar joelho esquerdo no hop e o pé direito no step. Mas altura é mais fácil. Mais light chamemos-lhe assim.

Contrariam-me as mazelas. A forma física que já nem chega a ser "forma", de tão má que está.

Não sei, não sei, não sei... Acho que vou continuar a fermentar a ideia.

sábado, 12 de julho de 2008

Acho bem...


...pois com certeza que acho bem!
Um dia o jovem lembra-se de ressuscitar e depois
como é que é!?
Acho bem, prontos!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ajudem-me


Invejosa como sou, não posso ver nada que também quero. Por isso estou na dúvida se devo pôr uma luz cor camel a fazer pandam com o interior da caminete, se verde e vermelha pela bandeira, ou branco e vermelho pelo município.

domingo, 6 de julho de 2008

O despertador toca. "Só mais um bocadinho", penso repetidamente. Lá me consigo levantar. "Heia, já te levantaste?!", diz a Ti'Laura com espanto. "Vou andar de bicicleta!", respondo. "Com quem", questiona ela preocupada, mas já a imaginar a resposta. "Sozinha!" esclareço-a prontamente.

Depois de trincar qualquer coisa, faço-me ao caminho. Destino a desbravar.

Na última assembleia alguém sugeriu colocar iluminação num caminho. Como aquilo me ficou atrás da orelha, lá fui ver que caminhos eram...
A seguir os trilhos e os rodados dos tratores, tudo estava a correr bem, até perceber que já não sabia muito bem onde é que estava. Depois de atravessar um dique com a bicicleta às costas, atravessar um campo de milho em meio crescimento, com carreiro exíguo e lamacento a recordar a última rega, consegui chegar a uma estrada de terra batida. Não sabia onde é que aquilo ia dar, é certo. Mas haveria de ir dar a algum lado. E deu. Quase aos Andrinos...

Entro na estrada principal, para voltar ao início do trilho por onde havia entrado. Desta vez, na primeira bifurcação, viro à esquerda. Pior a emenda que o soneto. Canas que deveriam ter sido cortadas há 1 ano a baterem-me na focinheira. Erva pouco calcada pelos tratores e lama... muita lama... Não há quedas as registar (desculpa A. e Lipeti). Mas há um joelho abrasado.

Volto à estrada principal assim que posso. Destino casa, com volta ao bilhar grande - Lapedo.

Tinha de ir ver como estavam os campos onde na primavera andei a rebolar. O amarelo e branco das flores foi substituído pelo verde por milho.

Volto para casa, cansada, ácido láctico a chegar às orelhas, lama, joelho a pedir gelo. Mas com uma satisfação que me faz sentir orgulhosa por conseguir sair da cama cedo. O "espírito do domingo de manhã" é uma coisa que me dá um prazer brutal. O "bom dia" sorridente que se troca com "biciclistas" desconhecidos sabe bem.
1h30 depois chego a casa, com o pensamento do costume: "tenho de fazer isto todos os domingos."

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Manifesto (ou será desespero?)

Estou tão fartinha deste tempo, que dei comigo a ver fotos de férias... Apeteceu-me botar uma das 97898365536782 fotos que tenho com estas duas tolinhas a "rir à maluca".
Nota de redacção: S. Pedro merecias um pinheiro, dois, três... vários pinheiros bem retorcidos!

sábado, 10 de maio de 2008

Obrigada Vanessa


Consumidora assumida de tudo quanto é desporto (até o Curling me prende ao sofá), vibro e sofro, sendo muitas vezes atacada pela ansiedade das grandes provas. Especialmente dos que me são conhecidos e/ou próximos, o que felizmente tem acontecido com maior regularidade ou talvez com mais visibilidade.

A Vanessa Fernandes não faz parte desse grupo, mas a sua simplicidade, humildade, garra e força faz com que me comova sempre que a vejo a competir. Hoje não foi excepção!

A forma como nada, pedala e corre por nós, portugueses, toca-me de forma tal, que me sinto incapaz de pôr em palavras.

Contrariamente ao irmão mais novo da Vanessa, irei estar acordada de madrugada para, deste lado do mundo, estar a torcer por ela... e me "dar cabo do coração", tal como ao Marco.


sexta-feira, 25 de abril de 2008

A Liberdade de um dia fantástico


Uma paella maravilhosa. Vinho bom. Amigos. Pais. Muito sol e calor.

O resultado só podia ser um dia fantástico, com direito a pedido de casamento e tudo. Muita parvoeira... como se quer.

sábado, 19 de abril de 2008

Bebé


Enquanto a desavergonhada da mãe vai aos gatos... faço de ama seca.

domingo, 13 de abril de 2008

'mofadinha com nível


Carro: Mercedes C190, de mil nove noventa e coiso.
Cor: Branco, com manchas pretas das cascadelas.
Matrícula: Portuguesa, com autocolante oval com insígnias CH.
Pormenor: Almofadinha pendurada.
Pedido: Gostaria de encontrar adereço semelhante. Se for possível com o Reynaldo Gianecchini. Também pode ser o George Clooney. Obrigada!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Pão com chouriço

Tento concentrar-me no trabalho, mas só consigo pensar no pão com chouriço do Ulmar. Tento resistir, mas qual cão do Pavlov, não conseguia parar de salivar. Deixo o tasco por momentos, meto a quinta e sigo recto em passo certo. Alguém apita repetidamente e só olho porque ouço: “Tóóóóó!!!” Levanto o braço efusivamente, a responder ao braço que alegremente saía do carro a acenar. Gargalhei sozinha. Alguém na rua a chamar Tó a uma rapariga e ela a responder de forma tão efusiva. Afinal Tó, não deixa de ser nome de gajo…
Nisto chego ao supermercado. Corro a vitrine com os olhos e nada… Volto a procurar! NADA!

- “Boa tarde! Tem pão com chouriço?”
- “Não, já acabou…”

"E agora?! O que é que eu faço com tanta saliva?" , pensei.
Inconformada, penso na praia. Se o S. Pedro não for para o Sobral Cid entretanto, a época balnear está por aí entretanto. Há que trabalhar para a praia! Continuar, digo... porque no fim de semana perdi o conto aos pastéis de nata, salames, chocolates, croissant's, bolas de Berlim que enfardei - (ou será Berlinde? Hei-de morrer com esta dúvida, esclarecida N vezes). Sem contar com os minuis, cajus, pubides... (MAS não toquei nos tramoços! Acho...)

-“Então se não há, levo aquele folhado de salsicha…Tem mostarda, não tem?!”
- “Sim, sim!”

sábado, 22 de março de 2008

Pelo sonho é que vamos

"Oh mano, andar assim é que é fixe, não é?"

"Podemos voltar amanhã, Tó?"

"Oh Tó, quando for para a escola, vou ter de fazer uma composição sobre as férias. Vou falar deste dia!"


Foi uma tarde diferente. Momentos muito especiais. Eu não esquecerei e eles também não. Tenho a certeza. Eles deliraram e eu... também!

Por me faltarem as palavras, para descrever o quão bom foi, digo apenas que realizei o sonho de rebolar naqueles campos cheios de flores, que tantas vezes "miquei"...

"Toma Tó, são para ti! Sabias que as papoilas fazem droga?" - Tão pequeno e já tão informado. Quero acreditar que não me deu as papoilas, por delas se "fazer" droga...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Coisinhas

Sexta-feira, com sol, temperatura amena. Boa disposição portanto.

Depois de dar uma vista de olhos “indignada” nas alterações do novo acordo ortográfico, sigo até ao sítio do costume para tomar o café da manhã. Numa mesa, dois senhores do grupo de reformados que se costumam juntar todas as manhãs para discutir as notícias dos jornais, ou simplesmente “jogar conversa fora”. Noutra o dono do café com uma senhora.

Antes de me sentar, “abocanho” os jornais do dia, para ver na diagonal. Chega o café, sem que o tenha pedido. Despacho o Diário de Leiria e prossigo n’A Bola, quando passam por mim os dois senhores da mesa do fundo, a caminho da porta. Nisto um deles, com cara de avozinho volta para trás e interpela-me: “Desculpe… a Sra. mede quanto?”

Sorri, pensando que possivelmente teriam estado a tentar acertar na minha altura.

1.76”, respondi. “Aaaah” bocejou o senhor com satisfação. “Afinal não é mais alta que eu! Eu meço 1.81!”, disse orgulhoso. “É muito alta!”, continuou, enquanto se afastava para a porta. “Hoje estou um bocadito maior… trouxe um tacãozito”, gracejei ainda a rir.

Findo o café, a Joanita mete à socapa atrás do “Ice Tea dos guardanapos” dois chocolates e dois biscoitos, sem que o patrão repare. “Toma! A ti trato-te bem…” bocejou entre dentes, enquanto partilhávamos um sorriso cúmplice.

Escondo logo um chocolate na boca, enquanto meto os biscoitos no bolso. O outro chocolate iria ser escondido de seguida… a caminho do banco.

Como o tempo no banco já ia longo, saio apressada para voltar ao escritório. Na porta cruzo-me com a senhora que me ensinou que o alfabeto tinha 23 e não 26 letras.

“Professora Silvina!”, disse enquanto lhe tocava para se virar para trás. De olhos arregalados e com um sorriso do tamanho do meu, responde prontamente: “Olá Cláudia!!! Estás boa?” Cumprimentamo-nos apressadamente, porque o tempo não dava para mais. “Sim! E consigo, está tudo bem?”, continuei. Ainda de olhos bem abertos e sorriso rasgado responde-me “Sim!”. “Gostei muito de a ver, mas agora tenho de ir, com muita pena minha…”continuei.

Já a sair, ainda a segurar a porta como que a prolongar aquele encontro fugaz, ouço “estás muito bonita filha!”. Agradeci, felicíssima por ter reencontrado a minha professora primária, que após tantos anos continua a lembrar-se de mim. Do meu nome… Aquele “filha” foi tão familiar, que me reconfortou. E o sorriso franco, continua inalterado.

Uma manhã tão rica em coisinhas “pequenas”.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Desespero


A minha chiqua maric&na vai casar entrementes. Vai daí que está a preparar uma apresentação para a boda, com fotos e o camandro.
"Não tens por aí umas fotos da queima?", perguntou-me ela.

Lá fui eu procurar nos cd's uma fotos "jeitosinhas"... A dada altura, abro um cd e eis que bato com os olhos num ficheiro com um nome sugestivo. Gargalhei!

Já não me lembrava do quão penoso foi acabar o relatório de estágio. Os stress's. Os artigos. Os livros. As referências bibliográficas. O relatório que não acompanhava o ritmo do relógio. O pc que bloqueava. A impressora que não imprimia. A bomba que parecia ter rebentado no meu escritório...
A imagem documenta o stress da altura, depois de um grande susto que o meu pc resolveu dar, onde julguei ter perdido as quase 200 páginas feitas.


P.S. Juro que o relatório começou com nome normal - Relatório de estágio.

P.S.2 O relatório da minha amiga Celeste, acabou com um nome semelhante ao meu. Na mesma linha... tal já era o meu/nosso desespero. Mas não vou revelar. Deixo ao critério dela.

sábado, 1 de março de 2008

Hoje fiz o gostinho ao pé!

Gosto muito de conduzir. Gosto muito da minha caminete. Mas se há coisa que me dá um prazer brutal é agarrar no "trambolho grande" e meter-lhe a 6ª. Aquele recuar de braço para a meter, com o pé direito a descer quase simultaneamente é qualquer coisa de fantástico. Com solinho então... saiam da frente!
Muito bom, meeeeeeesmo!!!!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Cada burro com a sua mania...

Tenho fases como a lua. Tenho fases que devoro livros. Tenho fases não me apetece ler livros. Tenho fases que começo vários livros e não acabo nenhum. Mas o gosto pela leitura não muda consoante a lua. Sejam 21h, sejam 5h da manhã... esteja eu com os olhos cheios de brita... tenho de ler antes de dormir. Nem que seja 1 linha.

À dias comprei a Visão, que tive o cuidado de deixar na pasta, para não ter a tentação de a ir ler, porque estava KO de cansaço e precisava de descansar. Já deitada, com os olhos cheinhos de brita, quase calhaus, não conseguia deixar de pensar na revista "escondida". Tive de me levantar, descer (implica subir) as escadas para ir buscar a revista. Obviamente que fui o caminho a pensar "estavas tão bem a dormir.... és tão parva...".

À custa desse meu vício, é velho o hábito de ter uma pilha de livros e revistas ao lado da cama. Mesmo que não os leia. Gosto de os ter lá...

Como a Sôdona Laura aprecia pouco este meu hábito, em dias de limpeza tenho sempre o cuidado de tirar a pilha de literatura em stand by do chão, para cima da cama. Ora, como o monte já tombava, este fim de semana perdi a cabeça e com muito custo (confesso), lá fiz uma selecção para reduzir o monte. Consegui tirar 3 Visões, 4 Sábado's e um livro, porque tinha visto o filme no dia anterior.

Durante o meu doloroso processo de selecção (tenho uma dificuldade enorme de me desfazer das coisas), folheio um livro que a minha Nês e o Jorge me ofereceram com receio que eu não gostasse. Não podiam ter escolhido melhor. Tem lugar cativo no meu monte desde então...

Eis que bato com olhos de ver no seguinte poema, que resolvi partilhar convosco, pelo simples facto de se manter actual...


"Passamos pelas coisas sem as ver, gastos,

como animais envelhecidos:

se alguém chama por nós não respondemos,

se alguém nos pede amor não estremecemos,

como frutos de sombra sem sabor,

vamos caindo ao chão, apodrecidos."

(Eugénio de Andrade)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Experiência(s)


Na fila para o jantar, um aluno puxa conversa.
“Então, a professora já foi atleta…” Intrigada, saiu-me um “Oi?”, ao que ele continuou… “sim… na Juventude Vidigaaa…” “Vidigalense”, ajudei-o. “Mas como é que sabe?”, questionei. “Então… fui ao google e pesquisei pelo seu nome.”
Incrédula, ri atrapalhadamente. Continuou a contar o que tinha encontrado e disse “Experimente! Vá ao google e pesquise pelo seu nome.” E hoje experimentei. Acabo de experimentar… De facto apareceu muita coisa. Ele tinha razão. Não estava a fazer bluff. Mas de entre tudo o que encontrei uma chamou-me a atenção, porque desconhecia o documento. Um pdf que me fez recuar no tempo ao ano de 1994, ano em que entrei numa escola de vida. Fiz algumas coisas engraçadas, que ficaram mais gravadas na história do clube, do que na minha memória. Talvez por isso, não me lembrasse de metade dessas “coisas engraçadas”, que recordei ao ver o documento.
As “chapas” inicialmente guardadas com uma grande estima, começaram a ser banalizadas, chegando agora ao ponto de não saber delas. Algumas ainda rebolam nas mochilas, junto dos dorsais amarrotados das últimas provas a que fui, já carunchosa, para “tapar buraco” ou simplesmente pelo gozo, para matar o bichinho que fica para sempre.
Foram anos fantásticos. Muita dor, muita lesão, mas muitas mais alegrias e amizades que ainda hoje perduram.
Apesar de mais ausente, continua a ser uma família muito especial, de quem tenho um orgulho imenso. É com esse orgulho que partilho convosco um bocadinho da história da Juventude Vidigalense, que é também um bocadinho de mim.
http://www.juventudevidigalense.pt/historial_jv.pdf
Continuo a fazer parte daquela família, cada vez maior, mas de outra forma…
Amanhã, 18h30 reunião na sala técnica. Mais umas jornadas técnicas.


Já agora, fica aqui o desafio de irem ao google e pesquisarem pelo vosso nome... Pode ser que também tenham surpresas boas.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Tó, a Metereologista

À hora do costume, no sítio do costume aguardo pelo Mini man. Nisto avisto 3 pessoas que seguiam na direcção da passadeira e onde me encontrava parada. Todos com ar de tossicoindependentes, aspecto de banho à 1 mês, onde um se destaca pelo gorro colorido que trazia, com um penduricalho. Mal bateu com os olhos em mim, não desviou o olhar como os outros fizeram. Caminhava na minha direcção, a olhar fixamente. Parada, mantive o olhar também. Os dois colegas passam por de trás de mim e ele, sempre de olhar fixo, passa pela minha frente e com ar num misto de admiração e espanto boceja: “Eh lá!!! Está bom tempo aí em cima?”… e continua a seguir em direcção à passadeira, mas ainda com o cabeça virada para mim à espera de resposta talvez.
Pensei em esclarecê-lo: “está um bocadito de vento", mas limitei-me a gargalhar...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Que deus bos abençoe

Obrigada a todos quanto me deram sugestões para o Carnaval, mas a verdade é que acabei por não concretizar nenhuma por diversas razões, que não importa agora estar a referir. Como prometi, partilho convosco um pouco do meu Carnaval.

Avacalhei quanto quiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiis!!!!!


Angelical à porta de uma igreja que desconhecia... (Obrigada Tatiana, por aquele momento cultural)



Com o sôr agente d'altoridade Farfalino!



Com os óculos e respectivos adereços (4 em 1) do agente Farfalino

Com um jovem que não conhecia (e continuo sem conhecer) mas que se lembrava de mim de outros festejos e afins. Teve a amabilidade de me facultar os seus óculos fantásticos para registo fotográfico.



Anos depois o reencontro agradável com o sôr ingenheiro da minha Briosa.


"Vieste de vaca?!"


"Não!! Sou um cão!!!"



Angélica com o amigo padre... o ressabiado!



Angélica uma vez mais, a mostrar a Bíblia. Apóstolo José na imagem... (emplastro atrás)




Chica na versão medieval...


"nós semos do grupio..."


terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Tributo à amizade


“Todos os dias a vida encarrega-se de nos mostrar que isto vale o que vale”, dizia-me alguém como muita razão. Não precisava era de ser com tanta veemência.
“Viajar” tão cedo devia ser proibido. Romper com os sonhos tão abruptamente devia ser crime.
Há 14 anos atrás, trocavam-se bilhetinhos nas aulas, cartas nos intervalos… Felizmente ainda não era banal ter-se telemóvel. Sms’s não se deixam amarelecer pelo tempo, como os papéis que guardo.
Recordo os primeiros dias de ausência dos amigos que tinham decidido mudar de estatuto. Custou-nos muito o grupo ter ficado reduzido a três "fêmeas"…
Os anos têm passado. As jantaradas dos cinco são quase um feito. (Ora porque o Benfica joga. Ora porque tem a mulher em casa. Ora porque já tem um jantar marcado...). A escolha do restaurante uma aventura, com boa parte do orçamento para o jantar a ser gasto em combustível às voltas nas rotundas e não só. O jantar um scketch saído de um britcom qualquer. (“Continuem sempre assim”, disse-nos uma senhora, há muitos anos, quando terminou o repasto, provavelmente depois de ter sido contagiada com as nossas parvoíces. Não esquecerei a expressão dela ao dizer-nos aquilo, qual mãe orgulhosa do filho que marcou um golo.)
Por norma, os nossos encontros são sempre pautados por muita alegria. Mas hoje infelizmente foi diferente.
“O Ros e o Mancas vão lá ter”, foram palavras telegráficas, simples, que me deixaram feliz (se é que posso usar esse termo para a ocasião). Fiquei orgulhosa e pensei para comigo: “não estamos “lá” só para as jantaradas e casamentos…”
A "caçula" do grupo, a quem tanto moemos a cabeça nos jantares está a sofrer e nós estamos a sofrer com ela.
Porque a verdadeira amizade não serve só para partilhar as alegrias, hoje estivemos lá. E vamos continuar a estar… porque “todos os dias a vida encarrega-se de nos mostrar que isto vale o vale.” E a amizade vale muito.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

"Até me saltarem os dentes..."

(Sensação deja vu, esta que tive agora ao escrever o assunto. Adiante...)



Na 2ª semana (repeito, SEGUNDA semana) de Fevereiro de 2008 no Teatro José Lúcio da Silva... E eu vou lá estar! (No dia 8 às 21:30)


(Outra sensação deja vu... Estranho.)


NOTA: Segunda semana antecede a terceira semana.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Consulta popular

Segundo dia seguido a coçar a micose, quando tenho mais uma aula para preparar... eis que me lembro que o Carnaval está quase, quase aí... É o drama. O horror. A tragédia... Ainda não pensei na vestimenta. (E a aula passa imediatamente para segundo plano.)

Há dois anos fui a avozinha do Capuchinho Vermelho (o caçador não aparece na foto, porque tinha ido fazer o chichi à árvore ao lado. O capuchinho guardou-lhe a G3.).

O ano passado era para ter ido de muita coisa, mas os planos foram saindo gorados. Finalmente decidimos ir de Sevilhanas, mas à última da hora, achei que ia certinha demais e vesti-me de emigrante (porque lá não é como cá, hã... se tu queres). Bem sei que falta o palito, mas na rua andei com ele. Garanto-vos que não esqueci o "pfsss..." para tirar o resto da comida que o palito não conseguia tirar.


Com isto tudo, lanço o desafio: Como é que me hei-de mascarar?

Dicas importantes: tem de ser barato, dar pouco trabalho e ser divertido, para se poder avacalhar como se não houvesse amanhã!

Aguardo com ansiedade as vossas sugestões, ficando já a promessa de botar aqui fotos com a vestimenta.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

2 meses e tal depois...


...chegam as fotos. A espectativa era grande, mas a desilusão conseguiu ser bem maior. A verdade é que não estão boas nem estão más. Estão um verdadeiro cocó!

Sem falar na qualidade da fotografia, conforta-me o facto de ninguém ter ficado bem... NEM a Maria Rita, que é coisa que "me mete impressionante". É gira que se farta! Pronto, ok... estou em condições de afirmar de que é bem boua!

Quanto ao meu ar esgaseado, comentem só se tiver mesmo de ser. Acho que era do frio... mas não tenho a certeza.