terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mariza e Rui Veloso

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo

Letra: Carlos Tê / Rui Veloso

domingo, 23 de novembro de 2008

Recado...


...do meu Guiguinho.

sábado, 15 de novembro de 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jantávamos quando chegou. Sentou-se na sua cadeira, tirou a boina - com a qual tantas vezes brinquei, colocando-a ao contrário. “Oh ‘vô, assim é que fica giro!” – e apoiou-se com o cotovelo nas muletas companheiras de muitos anos. Sorridente, qual criança a quem tinham feito a vontade, disse “Hoje fartei-me de fazer km’s com o Zé!”. Adorava passear.
Passado um pouco, despede-se com um “até amanhã, vou para a cama”. Até amanhã, dissemos tranquilos e em uníssono.
Minutos depois corremos atrás do som seco que veio do quarto “dele”, mas em vão.
Continuo a ouvir as muletas, continuo a ouvir o som seco, continuo a vê-lo no quarto, continuo a vê-lo sentado no tronco, o seu banco de estimação que já não existe, na sombra da oliveira centenária. E hei-de continuar sempre.

Ia dormir, mas não teve tempo de adormecer. Partiu. Faz hoje um ano.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A Casa Quieta

"Era suposto ter coisas para te dizer, como lhes chamar revelações, ideias, frases inteiras pensamentos, formas de chegar até ti em linguagem, ciente de que não nos inventaram melhor forma de nos aproximarmos de nos fazermos compreender. Adiei porque não era a melhor altura porque não era ainda isto, faltava-me o pormenor claro, exacto, algo que realmente traduz

o que eu queria dizer era
não, escuta, a sério, com atenção
.

Não te procurei porque procurar-te me daria a exacta dimensão da tua ausência, poderia vaguear minutos horas, procurar-te quem sabe chamar por ti dizer o teu nome, saberia eu que de pouco me adiantava, seria isto pergunta ou a exacta dimensão afirmação de que não te encontras.

Mal tu sabes não tiveste tempo de saber, o que pode ser uma hesitação tão estúpida entre caminhar entre os nosso destroços ou deixar-me ficar

Sentado."

Rodrigo Guedes de Carvalho

quarta-feira, 5 de novembro de 2008